Carro da semana, opinião de dono: Fiat Linea T-Jet 2008!

21/03/2013 11:42

 

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Saudações a todos os leitores do NA! Meu nome é Herbet Queiroz, tenho 28 anos e moro em Paraty-RJ. Possuo um Linea T-Jet 2008 desde o julho de 2012 e gostaria de compartilhar minhas experiências com esse carro. Por 4 anos e meio eu tive um Siena HLX 1.8 2005, comprado em 2008, como meu primeiro carro. O comprei com 31.698 km e reparei que, no final daquele ano, um colega de trabalho adquiriu esse Linea. De cara o carro chama muita atenção, mas como ainda estava curtindo o Siena, não dei muita bola para ele.

O antigo dono pagou R$ 78 mil no Linea, com apenas 3 opcionais ausentes: O kit aerodinâmico, o GPS e os Air-Bags Laterais. É um valor muito alto para o carro que ele é, ainda mais tendo Corolla e Civic como concorrentes. Passando-se os anos, o Siena alcança seus 134 mil km, enquanto o Linea mal encosta nos 45 mil km. Pela alta desvalorização sofrida por esse tempo, o Linea passou a ficar ao meu alcance e, então, comecei a pentelhar o antigo dono para que o venda para mim.

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Como a garantia do Linea acabou, o antigo dono começou a procurar um substituto até que ele conheceu o Jetta TSI. Ele gostou do carro e resolveu, então, vender o Linea. Ele me disse que me venderia pelo mesmo preço que a VW ia dar por ele, ou seja, R$42 mil, e me deu 2 semanas para definir a situação.

Após passar a metade do prazo, com essa redução de IPI que apareceu, o carro que o antigo dono visava baixou de preço (uns 7 mil) e, com isso, ele resolveu repassar parte do valor de desconto pra mim e, por fim, vender o Linea por R$40 mil.

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Com os trâmites documentais resolvidos, consegui ter o carro em minhas mãos. Fiquei com os 2 por 2 meses e o Siena se despediu por R$ 17 mil (eu queria R$ 20 mil) para o filho de outro colega de trabalho. De cara tive que me ajustar às novas e maiores dimensões do carro. Por ser azul, não tem como não notá-lo por onde passa. O seguro ficou em R$ 1600, apenas 200 reais a mais que o “velho guerreiro”. Um ótimo valor pelo carro que tenho.

Desempenho: O Motor 1.4 16v Turbo é forte, puxa muito bem os 1300 kg do carro. Eu já achava o 1.8 8v do Siena muito bom, mas esse aí faz a gente colar no banco se pisar com vontade. Os 21,1 kgfm ficam inteiramente disponíveis entre 2250 e 4500 rpm, o que facilita muito em qualquer ultrapassagem ou mesmo encarar uma subida íngreme. O câmbio é mal escalonado, onde a segunda é muito longa em relação a primeira marcha e a quinta poderia ser, ao menos, 250 rpm mais longa. Contudo, abaixo de 2250 rpm o motor é fraco e só serve mesmo para ser econômico no anda e para de trânsito pesado, coisa que rarissimamente tenho que conviver, e/ou apenas manter uma velocidade baixa por pouco tempo.

Estabilidade: Seus pneus 205/50/17 originais agarram no chão muito bem, estou mudando para 215/50/17 para ter um adicional em conforto (não por ser desconfortável, mas ajuda a proteger um pouco mais as rodas dos impactos inevitáveis) e nunca tive qualquer dificuldade para pará-lo, já que tenho discos nas 4 rodas com ABS/EBD. O carro inclina um pouco nas curvas (não muito), pois o acerto da suspensão é um meio termo entre conforto e esportividade e é algo que não me incomoda, pois o Siena inclinava muito mais.

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Segurança: Complementando acima, tenho Air-Bag duplo, cintos de segurança de 3 pontos e apoios de cabeça para todos os passageiros. Queria que tivesse os Air-Bags laterais, mas, fica para o próximo.

Tecnologia e Interatividade: Com os atributos já citados, possuo leitor de MP3 via USB (no porta-luvas) que tem muitas frescuras, pois o sistema baseado em Windows trava, não lê algumas músicas e, então, é um pouco frustrante para quem sai de um Pioneer ou qualquer daqueles leitores comuns que lê tudo o que aparece pela frente. Há um subwoofer de 8 polegadas, com bobina dupla dentro do porta-malas usando um espaço normalmente morto por causa da caixa de roda. A conexão Bluetooth funciona muito bem e evita aquelas multas por falar ao celular, pois tudo é por comando de voz e quando você fala “meia” quando está ditando um número de telefone, ele entende corretamente como “seis”. Qualquer problema no carro em geral o sistema avisa por meio de mensagem na tela, o que ajuda muito aos que não lêem o manual, o que não é o meu caso. Tenho também disponíveis o sensor de chuva, sensor crepuscular, retrovisor fotocrômico (escurece sempre que um mané liga o farol alto na traseira) e o piloto automático.

Acabamento e facilidades: Considero um dos principais destaques. Não bate coisa alguma! Os bancos e parte do acabamento das portas são em couro claro e casam bem com o painel bicolor. É algo que dá uma sensação muito agradável pra quem entra no carro. Os encaixes são muito bons e há forração na tampa do porta-malas também. O subwoofer também é forrado e lá no porta-malas tem 4 alças para amarrar as malas, quando necessário. Pelos bancos dianteiros temos bolsos para colocar coisas, o apoio central é um porta-treco e há uma mesinha escondida no banco traseiro central, nunca usei. Além disso, tem uma saída de ar condicionado para quem vai atrás e uma cortina escura que bloqueia boa parte do sol do vidro traseiro sem tirar a visão do retrovisor interno. Os bancos traseiros rebatem 1/3 — 2/3 possibilitando bagagens mais compridas entrarem no carro, como bicicletas, e até os pilares de um armário entraram aí. O estepe também é em liga leve, igualzinho as outras 4 (o que deveria ser em todos os carros). Os pedais são em alumínio e há um descanso para o pé esquerdo com o mesmo material. Fica bonito e não se desgasta como os pedais emborrachados.

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Conforto: Os bancos de couro são confortáveis e há regulagens de altura e distância em complementação aos ajustes de altura e profundidade do volante. Os cintos também são ajustáveis e ajuda a prover uma melhor posição para dirigir. As viagens não cansam como cansavam com o Siena. A embreagem é leve e acopla com o pedal bem alto. O pedal de freio é bastante sensível e não precisa de muito tempo para se acostumar com ele. Suspensão filtra relativamente bem os buracos. Os passageiros de trás têm viajado com bom conforto e espaço.

Consumo: Esse é o ponto que mais me agrada, por se tratar de Brasil e esses combustíveis vergonhosos. O consumo com gasolina (não é flex) fica na casa dos 14 km/l andando normalmente pela estrada (110 km/h), sempre com ar ligado. Fiz uma viagem mais longa, pisando mais, com consumo de 11,9 km/l, entretanto, já tive uma viagem que consegui tirar 15,3 km/l dele. Depende só do peso no pedal da direita e de como o motorista aproveita a energia já usada para andar com redução de uso dos freios (no Siena, a primeira troca de pastilhas foi somente aos 88 mil km, minha meta é chegar aos 100 mil sem trocá-las). Na cidade eu desconheço o consumo médio porque quase nunca preciso pegar trânsito.

Design: A aparência dele, combinada com a cor e as belas rodas diamantadas fazem o carro ficar muito bonito e chamativo sem exageros. Eu sempre quis um carro azul e consegui realizar esse desejo.

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Defeitos e problemas: Para começar, a boia está doida. Qualquer marcação depois de encher o tanque fica completamente impreciso até gastar 1/4 ou até mesmo 1/2 tanque. O ponteiro cai para o outro lado muitas vezes. Pretendo resolver isso em breve. Infelizmente tive que desviar de um caminhão na contramão e esbarrei com a roda dianteira no meio-fio. Arranhou, ficou feio, mas não empenou. A balança sim, o que me custou R$ 347 na autorizada Fiat (seriam R$900 se fosse a roda). Não foi tão caro quanto imaginava e acabei trocando as 2 como precaução. A suspensão do cone do subwoofer se deteriorou por ser de borracha e ficar submetido ao calor diariamente. Depois de desmontado, levei numa lojinha de esquina e consertei por R$25. A grade de saída de ar traseira eu quebrei sem querer e rasguei um pedaço da borracha da entrada da mala, serão R$220 para trocar os 2. A Fiat queria R$297 no jogo de velas, então, comprei um jogo de velas Denso Iridium (que o Corolla usa e são muito melhores) por R$220.

Custo/benefício: Por R$40 mil, não tinha porque não o comprar. O carro é completo, tinha apenas 45 mil km rodados, todas as revisões estavam em dia e o dono era conhecido. É um carro que não vendeu muito por olho grande da fabricante e ele é o melhor modelo de Linea, na minha opinião. Bebe pouco pelo tanto que anda, compensado pelo caríssimo IPVA de R$ 1.677,99. Aqui no RJ, carros a gasolina pagam 4%, flex 3%, álcool 2% e convertidos a GNV, elétricos e híbridos pagam 1%.